O Negócio, ou como levar as técnicas de marketing ao mundo da prostituição

Para vender qualquer produto, seja um aspirador, um livro ou uma coleção de perfumes, é necessário usar todos os tipos de técnicas de marketing que nos permitam saber quem são nossos clientes em potencial e como podemos abordá-los para aumentar nossa curva de receita.

No mundo da prostituição, esse padrão também pode ser aplicado e, com essa convicção, Karin, uma prostituta de alta sociedade de Belém, um dia se cansa de trabalhar para cafetões e exploradores que tudo o que eles querem é forçá-la a trabalhar como trabalhadora sexual e ainda por cima mantendo a maioria dos benefícios de seus serviços.

Dessa maneira, ela acaba conhecendo Magali e Luna, com quem segue seu caminho particular como empreendedores e acompanhantes de luxo na bem-sucedida série da HBO, O Negócio, cujo sucesso é constante desde a sua estreia em 2013.

Seu paralelismo com a vida real

Quando você se senta para assistir O Negócio, imediatamente se pergunta em até que ponto as técnicas de Karin de capturar clientes na série também são realmente usadas na vida real. E a verdade é que essas técnicas são muito mais comuns do que se pode esperar.

Desde tempos imemoriais, as prostitutas sempre tentaram ganhar visibilidade, seja através de outdoors luminosos nos motéis onde trabalham ou mostrando mais carne aos clientes em potencial do que o habitual.

Com o surgimento dos jornais e a possibilidade de comprar espaço publicitário, as prostitutas de Belém, como a de Karin nesta série de sucesso, não tiveram escrúpulos em investir parte de sua receita em publicidade, acrescentando uma fotografia e textos sugestivos o suficiente para incentivar os seus leitores a ligarem.

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O grande salto ao mundo digital

Mais tarde, o jornal escrito migrou para o mundo digital e isso permitiu que as acompanhantes de luxo encontrassem uma nova maneira de se darem a conhecer. Milhares de sites focados no mundo da prostituição são uma vitrine ideal para as garotas de programa em qualquer lugar do mundo para oferecer seus serviços sexuais em troca de dinheiro.

A concorrência nesses casos é muito acirrada e apenas as melhores conseguem obter a máxima visibilidade dentro de cada site. Para isso, elas usam técnicas de marketing, exatamente como acontece na série, O Negócio. Seu produto não é outro senão o corpo e é por isso que elas tiram fotografias extremamente sugestivas e até nuas, que permitem que seus clientes em potencial desejem com toda a força “adquirir” o serviço que estão oferecendo.

Posicionamento SEO e palavras-chave

Em qualquer empresa que se preze, é essencial ter visibilidade na internet. Muitas marcas investem grandes quantias em especialistas em posicionamento web com a clara intenção de posicionar sua página web para uma determinada palavra-chave.

No mundo do sexo, as coisas são um pouco diferentes. As mulheres não podem se posicionar para uma palavra-chave tão popular quanto as garotas de um programa em Belém; no entanto, elas podem se posicionar no site de classificados eróticos que está posicionado para essa palavra-chave e é exatamente isso que fazem as protagonistas de O Negócio, usam a engenhosidade e a criatividade para dar uma reviravolta à sua profissão, obtendo um número maior de clientes e, além disso, fazendo-os pagar uma quantia maior, para que dessa maneira elas consigam aproveitar ao máximo o tempo que elas gastam trabalhando.

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Ficção vs realidade

Infelizmente, e embora muitas prostitutas tenham tentado seguir os mesmos passos como resultado da série HBO, a realidade é que as mulheres profissionais do sexo que vivem do que produzem oferecendo serviços sexuais, mal recebem uma milésima parte do que é mostrado em O Negócio.

Nesse sentido, outra produção audiovisual “Me Chama de Bruna” é muito mais fiel à situação real das prostitutas no país. Este filme conta a vida real de Bruna Surfistinha, que provavelmente é a prostituta mais famosa de todo o Brasil, hoje convertida em atriz pornô e apresentadora de talk show e alguns programas televisivos importantes do país.